Ao passo que vêm se modernizando e se adequando às novas premissas tecnológicas, sociais e econômicas, os Correios, aos meados de seus 355 anos de serviço postal no Brasil, lançam estratégias para facilitar a vida de seus usuários, como a ferramenta de consulta de encomendas à partir do CPF ou CNPJ. O que para muitos significa mais agilidade e eficiência no rastreamento de objetos, que antes só podiam ser monitorados mediante fornecimento do código do mesmo, para uma grande parcela dos usuários dos serviços da estatal, não passou de uma novidade irrelevante diante de outros assuntos dignos de atenção. Assuntos como o aumento das reclamações por atrasos na entrega de encomendas e a estratégia para atender a grande e crescente demanda por serviços de logística, mesmo diante das dificuldades financeiras.
Desde o início de seu processo de modernização, em 2011 com a sanção da Lei 12.490/11, os Correios vêm ampliando sua área de atuação e adotando ferramentas modernas de gestão corporativa afim de eliminar a concorrência, garantindo agilidade e eficiência nos diversos serviços prestados pela empresa. Ao lado do avanço tecnológico em questão, caminha o constante crescimento do mercado de compras pela internet e uma infinita demanda de serviços relacionados à esta logística. E o que se sabe é que está nos planos da empresa altos investimentos estratégicos para acompanhar este mercado. No cenário atual, inclusive, a estratégia da empresa é entregar mais encomendas do que cartas. Para isso, funcionários estão sendo equipados e setores, automatizados.
Por outro lado, está claro também que os usuários dos Correios querem mais do que a automatização de sistemas de triagem e carteiros munidos de smartphones para atualizar em tempo real o trajeto da mercadoria. Os clientes demonstram preocupações maiores do que rastrear suas encomendas através do código do objeto ou pelo número do CPF. Ou do que fixar a Nota Fiscal ou a declaração de conteúdo, agora obrigatórios como em qualquer outro meio de entrega de mercadorias, no topo da caixa da encomenda. Eles querem o que a empresa entregou durante muitos anos quando as cartas eram o tipo de encomenda principal: Comprometimento com prazos e preços competitivos. Para isso, os Correios tem uma grande jornada pela frente, tendo como obstáculo principal as duras consequências da crise financeira que forçou a empresa a realizar vários programas de demissão de funcionários diante de uma demanda crescente de serviços, além da sobrecarga nas áreas de triagem.